Segunda-feira, 19 de novembro de 2018
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A Procuradoria JurÃdica do MunicÃpio recebeu
nesta segunda-feira, 19 de novembro, 10 exemplares da edição comemorativa dos
30 anos da Constituição Federal de 1988, enviada Câmara dos Deputados. Várias
atividades em BrasÃlia estão marcando esta da histórica para o povo brasileiro.
A histórica sessão solene do Congresso
Nacional em que foi promulgada a atual Constituição da República Federativa do
Brasil, no dia 5 de outubro de 1988, foi marcada por fortes discursos e por
momentos de emoção. Quando a cerimônia foi encerrada, pouco depois das 17h, o
paÃs havia concluÃdo a transição entre a ditadura e a democracia e começava a viver
um novo perÃodo histórico.
Vale lembrar que no dia 5 de outubro o paÃs
viveu uma situação inusitada: até as 15h50 daquele dia, o Estado e a sociedade
foram regidos por uma constituição e, daquele momento em diante, por outra.
Assim, os pais brasileiros, por exemplo, passaram a ter direito Ã
licença-paternidade, algo que não havia antes, e a polÃcia não pôde mais
realizar operações de busca e apreensão sem autorização judicial.
O dia 5 de outubro amanheceu chuvoso depois
de quatro meses de estiagem na capital do paÃs. A chuva atrapalhou as
celebrações preparadas para comemorar a promulgação e acabou desestimulando a
participação popular nos eventos. O culto ecumênico concelebrado pelo cardeal
arcebispo de BrasÃlia na época, dom José Freire Falcão e pelo pastor Geziel
Gomes, da Assembleia de Deus, marcado para as 9h da manhã, ocorreu no Salão
Negro do Congresso e não no gramado da Esplanada dos Ministérios, como estava
previsto.
À tarde, o presidente da Assembleia Nacional
Constituinte, Ulysses Guimarães, o da República, José Sarney, e o do Supremo
Tribunal Federal (STF), Rafael Mayer, encontraram-se na rampa do Congresso e
passaram em revista as tropas, sendo saudados por uma salva de tiros de canhão.
A sessão de promulgação começou pouco depois
das 15h30, no Plenário da Câmara dos Deputados - a essa altura, lotado. Estavam
presentes os constituintes, parlamentares estrangeiros, embaixadores,
integrantes do governo, militares, representantes de instituições religiosas e
outros convidados. Logo depois da execução do Hino Nacional, Ulysses assinou os
exemplares originais da Constituição, usando caneta que lhe havia sido
presenteada por funcionários da Câmara em 1987.
Em seguida, Ulysses levantou-se de sua
cadeira e ergueu um exemplar.
- Declaro promulgada. O documento da
liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus
nos ajude para que isso se cumpra!
Todo o Plenário aplaudiu. Eram 15h50 - a
partir desse momento, passava a valer a nova Constituição do Brasil.
Depois disso todos os constituintes - que
agora passavam a exercer apenas as funções de congressistas -, além do
presidente da República e do STF, juraram "manter, defender, cumprir a
Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro,
sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil". Muito
emocionado, o então presidente José Sarney tinha a mão trêmula ao pronunciar
seu juramento.
Nessa sessão histórica, houve apenas três
discursos. O primeiro, do senador Afonso Arinos, presidente da Comissão de
Sistematização. Antes da instalação da Constituinte, Afonso Arinos havia
liderado uma comissão de notáveis que foi designado por Sarney para apresentar
um anteprojeto para a nova Constituição - que acabou não sendo formalmente
encaminhado ao Congresso.
- Senhores constituintes, concluÃda esta
vossa tarefa preferencial, mas outro dever se abre ao vosso cuidado e esforço.
Este dever indeclinável é sustentar a Constituição de 1988, apesar de quaisquer
divergências com sua feitura; é colaborar nas leis que a tornem mais rapidamente
o mais eficazmente operativa, apesar das dificuldades referidas - disse.
Em seguida, foi a vez do presidente da
Assembleia da República de Portugal, o deputado Victor Crespo, que falou
representando as autoridades estrangeiras presentes. Depois de elogiar os
constituintes e o presidente José Sarney, saudou as conquistas do texto
constitucional.
- A nova Constituição brasileira é moderna e
avançada, fonte de paz e progresso, em sintonia com a mentalidade e vontade
dominante de uma população pacÃfica desejosa de progresso e bem-estar... A
colocação no texto dos aspectos relativos aos direitos e garantias individuais
antes das disposições sobre organização e poderes do Estado demonstra
simbolicamente a precedência e supremacia do indivÃduo e da sociedade civil -
afirmou.
A sessão foi encerrada com o discurso do
deputado Ulysses Guimarães, que se tornou um dos principais sÃmbolos da
Constituinte, sempre defendendo seus trabalhos contra os crÃticos e procurando
contornar os impasses surgidos. Em seu discurso, Dr. Ulysses, como era chamado,
sintetizou aquele que, a seu ver, era a principal contribuição do novo texto
constitucional:
- Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos poderes, mudou restaurando a Federação, mudou quando quer mudar o homem em cidadão, e só é cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa - disse.
Com
informações da Agência Senado
Fonte: Comemorando
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